Ontem, enquanto desfrutava da dádiva de acompanhar o meu filho num parque infantil, reparei numas meninas a brincar: constatei como, na sua total pureza, ainda, se encontrava, já, um esboço de comportamentos típicos dos adultos, um desenho iniciático de personalidades tão comuns dos "crescidos"!... Enquanto o meu filhote lindo dava às perninhas, para a frente e para trás, no seu baloiço, regozijei-me a observar que, tal como no "palco da vida" - considero que as crianças ainda não se projetam neste, são antes entes sagrados omnipresentes em todos os planos -, já se definiam "a pacifista/enfermeira", a "competitiva/oportunista" e a "popular/sedutora" - tudo isto expressaram numa singela brincadeira com um triciclo, super-disputado e desejado! - - é claro que a "pacifista" nem o 'cheirou', a "competitiva" lá o conseguia às vezes "obter", ou pela agressividade, ou porque aproveitava uma brecha de fraqu...
Ontem revisitei, como sempre o faço regularmente, a zona da Estrela, onde cresci. É cidade, a rua onde morava e ainda moram os meus pais é bastante barulhenta e poluída, com carros, autocarros, elétricos a passarem sem cessar e a deixarem bem intensamente o seu testemunho... No entanto, a sensação que tenho sempre, de cada vez que lá volto, é a de estar a regressar "à minha aldeia"!... - a velha vizinha, que no meu tempo ainda era nova, a acenar da mesma janela, a continuar a tratar-me por "menina" - aliás, isto é uma maravilha, se quisermos ser "forever young", como diz a música, é regressarmos ao nosso local de infância, e tal sucede por magia! -, os cheiros que tinham ficado guardadinhos na gavetinha das nostalgias, e que fica aberta, escancarada, a absorver novamente os nossos sentidos e a inundar-nos de memórias, que se revivificam, é aquele recanto que nos retransporta para recordações infindáveis, é aquele gesto da nossa mãe, do nosso pai, qu...