Ode moderna ao Amor

Há uma enorme diferença entre sentir o Amor e viver o Amor, não têm nada a ver e dir-se-ia que o primeiro é a 'cigarra' e o segundo a 'formiga'!

Sentir é o início. É fácil, estrondoso e muito ilusório. Uma ilusão deliciosa, e pela qual temos de passar! - o ter-se a sensação de que nada vai mudar, de que o recetor da nossa loucura é um ser imaculado, e que o nosso sentimento em comum nunca terá desvios, ameaças, perigos.

Já o segundo é o passar por tudo, o trabalho árduo, com todas as rotinas, desencantos e deceções inevitavelmente trazidos por qualquer vivência mais continuada que o habitual com qualquer outro ser humano, nem que com nós próprios!!
O segundo, sim, é "a" aventura!!

Mas quando aprendes a deixar ir.
Quando deixas de exigir, e aceitas.
Quando passas a dar uma risadinha em relação ao que anteriormente te irritava até às entranhas.
Quando deixas de ser escravo do sentimento e da relação, e passas a ouvir-te novamente respirar, e já não largas o teu foco.
Quando os medos passam apenas a pairar... e passar, ao invés de serem um terceiro sujeito na relação.
Repito, quando aceitas. -
- a ti próprio, à realidade, e ao outro com toda a magnanimidade.
E olhas para dentro de ti e também reconheces as tuas falhas, e queres sempre aprimorar-te.
Mas continuas a sentir borboletas!...

Então finalmente podes dar as boas-vindas ao Amor maduro.
Finalmente iniciaste a gloriosa e eterna caminhada do saber amar e saber ser amado!
E boas surpresas virão até ti, como um cometa inesperado numa noite de Verão!...