... pois são as próprias, claro, as nossas crianças, os anjos deste Mundo, as forças mais criadoras, as esperanças mais cimeiras.
As crianças são uns anjos, sim, mesmo quando se portam 'mal' - simplesmente não têm ainda filtros, são uns seres por delapidar, em relação aos quais tudo, ainda, é possível!!...
E assim sendo, como é possível tantas e tantas negligências e limitações parentais?!... ainda que não raro acompanhadas de... 'ilimitações materiais', que erroneamente tentam compensar as primeiras, num exercício frustrado e traduzível num atestado de burrice às crianças?! -
- burrice emocional, em primeiro lugar, a mais importante de todas!
É uma injustiça, e quem me conhece já mo ouviu apregoar várias vezes: tantos casais cheios de afeto, pedagogia, inteligência (relembro a emocional, e que é a monarca das restantes), que não conseguem conceber, e pais e pais, cheios de filhos que, como se diz numa daquelas tiradas de gíria tão simplista como cruelmente verdadeira: "não nasceram para ser pais"!
Só repescando crenças na reencarnação - que nos conduzem a hipóteses de que aqueles filhos dos maus pais foram, eles próprios, maus pais numa outra vida -, ou simplesmente num catolicismo sereno, que nos ensina a "aceitar", porque há sempre um motivo para tudo, mesmo que nos transcenda e se nos afigure incompreensível às nossas limitadas mentes terrenas, só assim poderemos ascender a possíveis explicações...
Mas cingindo-nos novamente à realidade terráquea, o quanto me repugnam as negligências com a própria saúde física dos filhos, também! É tão frequente, tão criminoso, tão vasto!!... E não é algo de que se fale assim tanto... Esquecemo-nos que muitíssimos casos pediátricos das urgências hospitalares têm como culpados os próprios pais!! - os vermes das escolas e o primo estar doente não são sempre os carrascos, não!!
Mas depois estas pessoas enchem a boca a dizer "os meus filhos", "tenho x filhos",... Mal estes nascem, põe-nos logo na "roda", em vez de ser "do Espírito Santo", neste caso é "dos avós santos"!!
Algo muito sintomático destes 'não pais', é serem normalmente os que mais bitaques mandam aos outros, bitaques nada solicitados, obviamente, e impregnados de suposta sabedoria parental, de sobranceria e de arrogância. Eles, apesar de serem o que são, naquele fundinho de túnel frio da sua alma até têm noção de que não são bons pais, e que a lista de tudo a que faltaram com os seus filhos, e de tudo o que lhes infligiram, se perde nesse seu mesmo tunelzinho. Por isso, sentem necessidade de desviar as atenções a si próprios, e de si próprios, encontrando como escape debitarem opiniões da tanga aos que mais sagacidade têm em atacar: aqueles que tanto os irritam, e que se encontram do outro lado do espetro, quendo se veem ao espelho: os que, sabem, são "bons pais"!!
São, por exemplo, os mesmos que me censuram quando falo com o meu filho de 3 anos com voz melosa, e o abraço e beijo, e a quem - também - dedico este texto!

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