Iupii, anos 70 à vista!!
Nem imaginam a satisfação que me dá, este retorno da moda dos anos 70, já com bastantes approaches no Verão, e agora em pleno, sem inibições de contemporaneadade forçada, para este Outono/ Inverno 2015/16 -
- não, não é a primeira, nem a última vez, que assistimos a este retorno, mas nunca tinha esta 're-tendência' voltado de forma tão inteira, assumida, vestindo o conteúdo das lojas (e os nossos corpos, pois então!), alastrando por produções de moda em revistas.
E a facção a que mais intensamente se reporta é, para mais, a da primeira metade da década em causa, quanto a mim the very best, porque expressão máxima de todas as essências e mensagens que esses estilo e roupa transmitiam.
Porque não é por acaso e como muita gente sabe, que tantas tendências, e até retornos, surgem, nesta ou naquela época, nesta ou naquela fase histórica, mais longa ou mais breve.
No tempo da 'pioneira' moda anos 70, o Mundo encontrava-se mergulhado numa profunda crise económico-financeira e com diversas guerras espalhadas geograficamente - emergentes, antigas, ou esperemos-que-nunca-se-concretizem-mas-latentes, tal como agora.
Com este tipo de cenários, há uma maior necessidade de nos vestirmos (e porque o vestir é sempre um exprimir do ser e da alma, mesmo em relação aos que dizem nada ligar a isso) de forma mais rebelde e desafiante, e disto são expressão:
os exageros - ou muito comprido, ou muito curto, ou muito berrante, ou muito nude, ou quase tudo à mostra ou tapadíssimas (qual Diane Keaton com as suas golas perto de atingirem o queixo), não esquecendo ainda os acessórios numerosos e XL, ou as botas de cano alto a chegar a meio da coxa (já tenho!);
o bohemian style (adoro!!) - aproveitar a vida intensamente, por isso não nos vamos coibir de colocar em nós as loucuras que nos apetecerem, desde franjas a saírem de todo o lado, mistura de padrões (claro que até nisto tem de haver um savoir faire), mistura de acessórios que à partida não combinam mas que acabam por gerar um efeito surpreendente de loucura sã, sensualidade que exala sempre de alguma peça que envergamos, ou de todas elas;
os statements - a indumentária como mensageira de ideias que pretendemos exteriorizar, através de frases concretas em t-shirts, ou símbolos imprimidos em acessórios;
o étnico (também adoroo!!) - desejo de evasão, de atracção e respeito por outros povos e culturas (o oposto da mentalidade bélica, portanto), expressos nas já mencionadas franjas, nas camurças a evocar um oeste longínquo, nos fantásticos padrões índios;
a influência militar - palavras para quê? - uma ironia forte ao que se pretende criticar.
Outra motivação que alimenta igualmente esta moda, que tanto fazia força para se impor nos 70, e que infelizmente ainda necessita de se auto-clamar, é a emancipação feminina, daqui decorrendo as blusas de laçada, as saias pencil ou as plataformas no calçado, tudo gritando uma certa austeridade (ui, esta palavra hoje em dia causa arrepios, peço desculpa!...) e, como quem diz: "estou aqui para trabalhar e ser respeitada, nada de brincadeiras!!".
Há que fazer a devida homenagem ao criador responsável pela génese das géneses de tudo isto: Yves Saint-Laurent, ao lançar a sua coleção "Forties", em 1971, repescando por sua vez as influências nascidas de outra época histórica de crise, os anos 40, e reinventando-as.
Estava lá tudo também: guerra, fome, as mulheres a terem de sair de casa para trabalhar (e aí pela primeira vez para a esmagadora maioria de toda uma geração), estas ainda mais heroínas porque a braços com dificuldades muito mais básicas e talvez por isso, como se costuma dizer que "a necessidade aguça o engenho", a terem ideias tão 'despachadas' como:
à falta dos seus inseparáveis collants de vidro pretos com a famosa e tão sexy risca preta vertical na partes de trás da perna (tão em voga na altura), eram elas mesmas que o desenhavam!... E lá saiam à rua, para mais um dia de luta!!
Duas coisas não se pode deixar de dizer: que a história se repete (e repete,...), e que somos extraordinárias!!
- nas duas últimas fotos, os "Forties" de YSL (1971); restantes, moda Outono/ Inverno 2015/16 -
Nem imaginam a satisfação que me dá, este retorno da moda dos anos 70, já com bastantes approaches no Verão, e agora em pleno, sem inibições de contemporaneadade forçada, para este Outono/ Inverno 2015/16 -
- não, não é a primeira, nem a última vez, que assistimos a este retorno, mas nunca tinha esta 're-tendência' voltado de forma tão inteira, assumida, vestindo o conteúdo das lojas (e os nossos corpos, pois então!), alastrando por produções de moda em revistas.
E a facção a que mais intensamente se reporta é, para mais, a da primeira metade da década em causa, quanto a mim the very best, porque expressão máxima de todas as essências e mensagens que esses estilo e roupa transmitiam.
Porque não é por acaso e como muita gente sabe, que tantas tendências, e até retornos, surgem, nesta ou naquela época, nesta ou naquela fase histórica, mais longa ou mais breve.
No tempo da 'pioneira' moda anos 70, o Mundo encontrava-se mergulhado numa profunda crise económico-financeira e com diversas guerras espalhadas geograficamente - emergentes, antigas, ou esperemos-que-nunca-se-concretizem-mas-latentes, tal como agora.
Com este tipo de cenários, há uma maior necessidade de nos vestirmos (e porque o vestir é sempre um exprimir do ser e da alma, mesmo em relação aos que dizem nada ligar a isso) de forma mais rebelde e desafiante, e disto são expressão:
os exageros - ou muito comprido, ou muito curto, ou muito berrante, ou muito nude, ou quase tudo à mostra ou tapadíssimas (qual Diane Keaton com as suas golas perto de atingirem o queixo), não esquecendo ainda os acessórios numerosos e XL, ou as botas de cano alto a chegar a meio da coxa (já tenho!);
o bohemian style (adoro!!) - aproveitar a vida intensamente, por isso não nos vamos coibir de colocar em nós as loucuras que nos apetecerem, desde franjas a saírem de todo o lado, mistura de padrões (claro que até nisto tem de haver um savoir faire), mistura de acessórios que à partida não combinam mas que acabam por gerar um efeito surpreendente de loucura sã, sensualidade que exala sempre de alguma peça que envergamos, ou de todas elas;
os statements - a indumentária como mensageira de ideias que pretendemos exteriorizar, através de frases concretas em t-shirts, ou símbolos imprimidos em acessórios;
o étnico (também adoroo!!) - desejo de evasão, de atracção e respeito por outros povos e culturas (o oposto da mentalidade bélica, portanto), expressos nas já mencionadas franjas, nas camurças a evocar um oeste longínquo, nos fantásticos padrões índios;
a influência militar - palavras para quê? - uma ironia forte ao que se pretende criticar.
Outra motivação que alimenta igualmente esta moda, que tanto fazia força para se impor nos 70, e que infelizmente ainda necessita de se auto-clamar, é a emancipação feminina, daqui decorrendo as blusas de laçada, as saias pencil ou as plataformas no calçado, tudo gritando uma certa austeridade (ui, esta palavra hoje em dia causa arrepios, peço desculpa!...) e, como quem diz: "estou aqui para trabalhar e ser respeitada, nada de brincadeiras!!".
Há que fazer a devida homenagem ao criador responsável pela génese das géneses de tudo isto: Yves Saint-Laurent, ao lançar a sua coleção "Forties", em 1971, repescando por sua vez as influências nascidas de outra época histórica de crise, os anos 40, e reinventando-as.
Estava lá tudo também: guerra, fome, as mulheres a terem de sair de casa para trabalhar (e aí pela primeira vez para a esmagadora maioria de toda uma geração), estas ainda mais heroínas porque a braços com dificuldades muito mais básicas e talvez por isso, como se costuma dizer que "a necessidade aguça o engenho", a terem ideias tão 'despachadas' como:
à falta dos seus inseparáveis collants de vidro pretos com a famosa e tão sexy risca preta vertical na partes de trás da perna (tão em voga na altura), eram elas mesmas que o desenhavam!... E lá saiam à rua, para mais um dia de luta!!
Duas coisas não se pode deixar de dizer: que a história se repete (e repete,...), e que somos extraordinárias!!
- nas duas últimas fotos, os "Forties" de YSL (1971); restantes, moda Outono/ Inverno 2015/16 -
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